terça-feira, 27 de setembro de 2011

JUSTIÇA TARDA MAIS NAO FALHA

Tenente-coronel Cláudio Luiz de Oliveira, acusado de ser o mandante da morte de juíza, já foi processado pela magistrada

RIO - Com 26 anos de Polícia Militar, o coronel Cláudio Luiz de Oliveira, de 45 anos, é considerado um comandante linha dura e operacional. Ao assumir o comando do 22º BPM (Maré), uma das áreas conflagradas da cidade - que inclui o Complexo da Maré e Manguinhos - ele levou a experiência adquirida no curso de Operações Policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope), que concluiu em 1989. Segundo declarações do novo comandante, a formação como "caveira" o fez ter uma postura mais técnica e firme nas ações.
Cláudio Luiz de Oliveira passou pelas chefias do Serviço Reservado (P-2) do Bope e do 16º BPM (Olaria), responsável pela região que compreende a área do Complexo do Alemão. Também já esteve no 9º BPM (Rocha Miranda). Antes de assumir o batalhão da Maré, Cláudio Oliveira ficou 11 meses no 7º BPM (São Gonçalo), unidade que ficou em evidência depois do assassinato da juíza Patrícia Acioli.
O comandante estreou suas ações no 22º BPM enfrentando confrontos violentos em Manguinhos. A mudança de batalhão, segundo Cláudio Oliveira, foi uma medida de rotina. Houve troca de comando em 23 batalhões do estado. Cláudio Oliveira ressaltou que foi para o 22º BPM com a missão de "cumprir a lei".
O comandante já foi processado pela juíza Patrícia Acioli. O episódio ocorreu em setembro de 1989, no estádio do Maracanã, durante a partida entre Brasil e Chile - marcado pelo lançamento de um foguete em direção ao gramado.
Patrícia, que na época era defensora pública, recebeu voz de prisão por parte de Oliveira, então tenente. O oficial contou sua versão do episódio:
- Patrícia estava no meio de um grupo de torcedores que estava envolvido uma briga, inclusive com agressão a policiais. Dei voz de prisão e todos foram levados para a 18ª DP (Praça da Bandeira). Ela me processou por abuso de autoridade e foi absolvido - contou o oficial em entrevista recente, antes de a Justiça decretar a prisão dele pela morte da juíza.
Segundo Oliveira, apesar da rusga no passado, a relação com a magistrada era cordial:
- Ela chegou a telefonar para meu número pessoal, solicitando ajuda em um episódio, e não foi necessária movimentação oficial para atender ao pedido da juíza. Atuávamos em parceria - afirmou o comandante.
No fim da noite de segunda-feira, a Justiça decretou a prisão de Cláudio Oliveira. O oficial é apontado como mandante do assassinato da juíza Patrícia Acioli, em agosto, quando ainda era comandante do 7º BPM (São Gonçalo). Outros cinco policiais, que atuavam no mesmo batalhão sob a tutela de Cláudio Luiz também tiveram mandados expedidos pela 3ª Vara Criminal de Niterói. Os policiais faziam parte do Grupamento de Ações Táticas e são acusados de forjar um auto de resistência para acobertar a morte de Diego Belieni, então com 18 anos.

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