A execução, na noite de quarta-feira, do
americano Troy Davis, que estava há 20 anos na prisão, gerou um debate mundial
sobre a aplicação da pena de morte. O julgamento do afro-americano de 42 anos
foi marcado por dúvidas. Ele foi considerado culpado pelo assassinato de um
policial em 1989.
O ex-presidente dos Estados Unidos, Jimmy
Carter, em comunicado divulgado nesta quinta-feira, disse que a execução de
Davis em um caso onde as dúvidas sobre o que realmente aconteceu permaneciam,
demonstra como a pena de morte é
"injusta e antiquada".
De Bruxelas, representantes da União Europeia
lamentaram o ocorrido e convocaram a comunidade internacional a condenar a pena
capital. Na França, também houve reprovação à execução do americano.
"Reprovamos veementemente que os
inúmeros pedidos de clemência não tenham sido escutados. A França se opõe à
pena de morte, situação na qual todo erro é irreversível", afirmou um
porta-voz do Ministério das Relações Exteriores.
Troy Davis foi condenado em 1991 pelo
assassinato do policial Mark MacPhail, na cidade de Savannah, na Geórgia. Na
ocasião, nove testemunhas afirmaram que ele era o autor dos disparos. Posteriormente,
sete delas se retrataram e mudaram suas declarações. Além disso, a arma do
crime nunca foi encontrada.
O caso gerou intensa mobilização
internacional, e até o papa Bento XVI apelou para que o estado da Geórgia
reconsiderasse a execução de Davis. Um abaixo-assinado com um milhão de
signatários de todo o mundo pediu clemência ao americano.
Mas nem os apelos do exterior e dos grupos
defensores dos direitos civis nos Estados Unidos, nem a vigília dos opositores
da pena de morte do lado de fora da penitenciária de Jackson, onde Troy Davis
viveu nos últimos 20 anos, comoveram a Justiça da Geórgia e o Supremo Tribunal
americano.
Pouco antes da meia-noite, dentro do presídio,
os carrascos de Davis o amarraram numa maca e lhe deram a injeção letal. Quatro
horas antes, outra aplicação da pena de morte ocorreu nos Estados Unidos. Na
cidade de
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